'/> ·ï¡÷¡ï· V I D A Humana·ï¡÷¡ï·: Quase, quase oposição.

julho 03, 2016

Quase, quase oposição.

Notícias como esta são, a meu ver, mais problema do que solução.

Quando Janaína Paschoal faz coro a acusações de cunho somente econômico, na verdade, presta um tremendo serviço não apenas ao PT, mas a toda esquerda. Tudo que vemos de manipulações orçamentárias no Brasil é apenas efeito daquilo que já foi estabelecido no  Foro de São Paulo (FSP) . O discurso dela embora encante e até corresponda aos sentimentos de grande parte da população, ajuda, no fim das contas, a que não se enxergue o problema real que é a sujeição do governo brasileiro a diretrizes estrangeiras. Quem levanta bandeira contra o governo e não fala disso ou é covarde ou é parte do esquema.

No livro "Notas sobre a política internacional do PT" - de Valter Pomar temos expresso claramente a raiz de toda a corrupção que vemos no Brasil. A raiz de todos os desvios, de todos os aumentos de impostos. A ideia de uma "sociedade igualitária" embora tenha mesmo alguns pontos que devem ser considerados úteis, deve ser analisada por seus afeitos políticos reais, e não apenas os imaginados.

Sabe aquela bandeira de "os ricos devem sustentar os pobres" ( e todas as suas variantes)? Pois ela é aplicada a nível internacional também, através de diretrizes do Foro de São Paulo.

Do livro já citado destaco:

"Tanto o PT quanto o governo Lula consideram que a integração regional é um objetivo central de nossa política externa. Neste sentido, o governo tem buscado acelerar a institucionalização da integração regional, reduzindo a ingerência externa, as desigualdades e assimetrias, seja para atuar internacionalmente como bloco, seja para aproveitar melhor as potencialidades da América do Sul."

"O sucesso na luta contra a ingerência externa e a constituição de um bloco fortemente ativo no cenário internacional dependem, no limite, de uma política sustentável e continuada de redução das desigualdades e assimetrias regionais. O que supõeforte investimento brasileiro , nos marcos de uma política mais ampla de "desenvolvimentismo regional" de tipo democrático-popular.

Devemos assumir, portanto, parte importante dos investimentos necessários para a integração, especialmente em âmbito da infraestrutura. pg 16

Na página 136 está dito que o "Brasil tem que ajudar os outros" e que o que precisa surgir é "um eixo que não seja o comercial, não seja só a integração política, mas seja uma espécie de PAC latino-americano". E quase ao final do livro, na página 286 temos declarado que "os países mais ricos da região (Brasil, Argentina e Venezuela) terão que ajudar os países mais pobres".

Por tudo isso não vejo motivos para que se renovem esperanças de melhora nem se acreditem em discursos inflamados, principalmente quando quem os faz não expõe, claramente, a raiz dos problemas que enfrentamos.

Allan Roberto Regis.

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