Se tem uma coisa que é preciso ter muito cuidado a meu ver, é com frases que tentam ser ou representar "verdades absolutas".
A capacidade de percepção humana não é algo estático, portanto, o julgamento que se faça da percepção alheia também não deve pretender ser.
Quando se dizem coisas do tipo "a boca fala do que o coração está cheio", ou nas palavras dessa mensagem "que o que você vê nos outros é o que você tem dentro de si mesmo" , assim, deixando as palavras soltas como se a união delas por si só fosse compreensível de forma cabal, o que se produz na realidade é confusão.
Quer dizer então que se eu xingo um político de ladrão é por eu ter dentro de mim a predisposição para o roubo? Se eu me indigno com um ato de violência qualquer, então, tal indignação somente é possível por, no fundo, eu e aquele que age com violência sermos iguais?
O que se esquece em cada um desses ditos é que o ser humano tem a capacidade de se indignar. Tal capacidade é exercida quando cada um de nós tendo por base suas convicções particulares, na convivência natural com os outros tem a possibilidade de comparar e refletir, e assim compreender e evoluir.
Falar contra alguma coisa, não significa que aquela que fala tenha dentro de si o mal que denuncia!
Allan Roberto Regis.
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