'/> ·ï¡÷¡ï· V I D A Humana·ï¡÷¡ï·: A rotina do estupro.

junho 25, 2016

A rotina do estupro.

As notícias que abordam a questão do estupro devem ser sempre vistas com muito cuidado. O texto do qual a imagem acima faz parte está disponível aqui.  O título é, claramente, extremamente tendencioso quando afirma que no Brasil o estupro virou rotina.

Virou rotina? Como assim?

É um jogo de palavras que brinca com as emoções do leitor e desvia a atenção do enorme viés político e, mesmo histórico, que envolve a questão.

A quantidade de estupros também deve ser vista com muito cuidado. Bem como a questão da interpretação do que seja o estupro.

O texto faz coro a outros que, de repente, multiplicaram a quantidade de estupros no país.

Já em 2014 (1) , dizia-se que o número de estupros estava em 50.320 casos (incluindo homens veja só… e mulheres) e até comemora a baixa na taxa de estupros por 100 mil habitantes. É bom também trazer a memória aquele estudo do IPEA (2) que foi reconhecidamente adulterado nos números que mostrou sobre o estupro.

A partir dai a gente consegue contextualizar melhor o texto citado, e pode até mesmo considerar bem estranho a impressão que ele tenta dar de que todos os estupros são com mulheres como vítimas (supondo que o número seja real).

Agora imagine em que tipo de país nos vivemos então... 500 mil mulheres estupradas, mais um número enorme de "estupros" relacionados a homossexuais, mais os homens que são "estuprados"... Vamos passar brincando de 1 milhão de estupros por ano...

Se a violência ficou assim, tão rotineira, já é hora de rever tudo aquilo que a sociedade tem valorizado, inclusive começar a repensar até mesmo nas origens do movimento feminista, além, é claro, de ter olhos atentos para encontrar o que tem feito a sociedade como um todo decair tanto.

Allan Roberto Regis.

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