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dezembro 22, 2007

Os Peritos.

Em nosso atual momento histórico é inegável o crescente desenvolvimento técnico e cientifico, do mesmo modo que é inegável o retrocesso humano e moral. São pontos que deveriam convergir, elos de uma corrente evolucionária. Hoje quero apenas deixar como reflexão as palavras abaixo. Trata-se de um texto apresentado de forma séria, humorística e poética, foi escrito pelo Dr. Christian Tal Schaller, fundador do Institut de Santé Globale, Taulignan, França





Os Peritos


Vamos boa gente, dêem-nos seu dinheiro! Somos os peritos! Podem confiar em nós, pois somos especialistas em todas as áreas. Desde a medicina até a ciência nuclear, somos verdadeiros reis, bem mais poderosos que os chefes de estado, pois vocês nem sabem os nossos nomes.


Vocês terão saúde a partir do momento em que acabarmos de matar todos os vírus, de bombardear todos os tumores, de ajustar todos seus órgãos. De nossos laboratórios gigantes sairá a felicidade ...sejam pacientes. Algumas verbas adicionais e apagaremos todas as vossas doenças com a borracha de nossos medicamentos. Obedeçam a nossa sabedoria, acreditem naquilo que dizemos, somos infalíveis, a deusa Ciência está conosco.
Sim, a doença acontece por acaso, é um inimigo malvado de quem vocês são as vítimas impotentes. Mas, acalmamos os temores e as dores com pílulas mágicas, oriundas de estudos científicos realizados com a maior seriedade.


Não esqueçam que todos os anos imolamos milhões de animais no altar da ciência. Prometemos ao povo a felicidade para o dia de amanhã, a pílula contra o câncer, a vacina contra a Aids. Como prêmio, lhes oferecemos o coração de plástico e o pulmão de celulose. Nosso objetivo, a médio prazo, é o homem artificial, totalmente lavável, descartável após 100.000 quilômetros e reembolsado pelos planos de saúde.

Temos certeza daquilo que dizemos e confiança absoluta em nossa doutrina. Eliminaremos todos os vossos males sem que tenham de mudar seus hábitos. Prometemos não ameaçarnunca seus prazeres, nem lhes pedir qualquer esforço. Deixaremos vocês em condições de viver como antes: fumando, bebendo e comendo de tudo. Não tentem se rebelar, nos provocar; temos os meios para colocá-los na linha se ousarem contestar nosso poder.


Os políticos estão em nossas mãos; eles participam dos conselhos de administração da indústria do bem-estar artificial. Monopolizamos a pesquisa científica. A mídia levamos no cabresto; pobre do jornalista que ousar nos atacar: logo irá para o olho da rua. Combatemos as doenças, somos os cavaleiros da química, nossa cruzada é nobre, queremos o bem de todos. Admirem-nos e fechem seus ouvidos às palavras perniciosas de mentes doentias e pouco sérias que afirmam que a química polui o organismo, mata as florestas, destrói a terra!
São loucos esses sonhadores que pensam que, com um pouco de informação e algumas medidas educativas cada um pode aprender a cuidar de sua saúde, livrar-se das doenças e cantar, dançar e brincar. Esses mercadores de falsas esperanças até alegam que algumas pessoas sobrevivem à Aids. É demais! Como ousam! Nós sabemos e afirmamos que todos os doentes vão morrer enquanto não tivermos encontrado o medicamento devidamente patenteado que poderá salvá-los.


Não dêem ouvidos a esses charlatães, esses marginais, esses inúteis, esses excêntricos, totalmente loucos, que pretendem que a doença é conseqüência do modo de vida. É ridículo! Querem responsabilizá-lo pelas dores e pelos tormentos que sente. Querem alterar seus hábitos e obrigá-lo a comer sementes germinadas! Esses anarquistas, esses desmancha-prazeres, querem mostrar-lhes como se tornar perito na própria felicidade, na própria saúde. Não lhes dêem ouvidos, por piedade, pois se vocês recuperem o poder que nos deram, o que será de nós?Sejam sensatos, não façam com que percamos o emprego. Obedeçam-nos, por favor. Deixem-nos continuar a dirigir tudo em nome do progresso, em nome do lucro. Continuem a viver adormecidos, embalados por papai aperitivo, por mamãe medicamento e pela chupeta chamada cigarro. Nós lhes suplicamos: não acordem!


Boletim do Reino da Justiça, n° 24

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