'/> ·ï¡÷¡ï· V I D A Humana·ï¡÷¡ï·: A Ordem.

março 26, 2008

A Ordem.



Retirado do livros "Da escola dos Conceitos", de autoria de Susanne Schwartzkopff.
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http://mundo-nosso.blogspot.com/2008/08/escola-dos-conceitos.html
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O ser humano torceu tudo o que Deus ofereceu de dádivas e auxílios, da pior e mais profunda forma até mesmo os conceitos que a linguagem ainda forma corretamente não mais são compreendidos pelo espírito humano, pelo contrário, o sentido foi deformado. Se a Verdade e a clareza devem entrar no mundo do ser humano, então se deve principiar pelas raízes. Os mais simples conceitos devem ser tornados claros e purificados de todas as deformações para que resplandeçam como aquilo que devem ser: pedras preciosas da câmara de tesouros do Altíssimo.

O que é um conceito? É uma reunião de fenômenos e disposições condicionados à uniformidade das Leis da Criação. Assim, portanto, todos os conceitos humanos precisam receber novamente seu sentido da Criação, da obra de Deus, e não do pensar humano.

Este é o primeiro reconhecimento sobre o qual devemos edificar. Devemos, portanto, começar com os mais simples conceitos, para que sobrevenha a ordem no caos e para que sejam postas novas bases para todo o pensar e intuir do ser humano, de onde devem surgir as ações.

Procuremos, portanto, por aqueles conceitos que já queremos gravar na memória de nossos filhos. Não esbarramos ai, em primeiro lugar, no conceito "ordem"? Ordem é a pré-condição para todo o agir. Apenas sobre um solo em “ordem” pode haver construção duradoura.

Verifiquemos, portanto, primeiramente o que é realmente “ordem”, ou seja, o que ela deve ser, segundo a Vontade de
Deus.

Ordem é o soar conjunto de diversas partes formando um todo harmônico. Assim é por toda a parte na Criação, assim deve ser, pois, do contrário, ela teria que desmoronar. Segundo as singelas e indesviáveis leis, tudo o que acontece na Criação realiza-se na mais severa e pontual ordem. Regularmente alternam-se o dia e a noite; em cada ano a Terra se enfeita com um novo verde e uma nova vida. Em suas órbitas prescritas movimentam-se os astros, sintonizados uns nos outros, atuando uns com os outros. Encantados, nós, seres humanos, admiramos essa ordem no Universo! Nós a admiramos, amamo-Ia, contudo... não a imitamos! Reivindicamos uma ordem para nós mesmos, criada por nós e que é sempre uma desordem, como ainda chegaremos a ver.

Quantas vezes já deixamos passar por nós o percurso ordenado das estações do ano, vivenciamo-Io em uma vivência milhares de vezes diferente, jamais esgotável. Sempre de novo seguiu-se ao calmo repousar do inverno, que ao mesmo tempo era um acúmulo de novas forças, o despertar da primavera. Jamais fomos decepcionados aí.

Todas as sementes começavam a ser estimuladas, a seiva se elevava novamente até o alto das árvores, o impulso da vida despertava no ser humano e no animal. E da semente que crescia se desenvolvia de forma natural, segundo a Vontade de Deus, a planta, o animal, o ser humano. O crescimento impelia à florescência e, de repente, o mundo calmo e branco do inverno estava coberto com uma grande e colorida abundância, com inúmeras formas de vida, as quais, todas, seguiam a mesma lei que as produziu, no crescimento e no desenvolvimento.

A vida pulsante não admite uma estagnação. Assim a florescência impele para a frutificação e da formação que brota desenvolve-se a fruta que caminha para o amadurecimento e que traz em si a nova semente para o futuro. E tendo a fruta cumprido sua missão, então o novo tempo de repouso pode principiar para a reunião, introspecção e preparação para o próximo período de vida.

Sempre foi assim e sempre será assim. Uma estação do ano segue da outra, cada estação do ano segue a outra. Isto, portanto, é ordem: um seguir sobre o outro que resulta em um seguir após o outro temporário. Guardemos também firmemente esse segundo reconhecimento e o acrescentemos ao primeiro, de que tudo se originou da Vontade de Deus, a qual permite que a vida percorra seu curso na ordem uniforme das leis.

Ao lado disso ainda há também um estar ordenado lado a lado no espaço. Ambos se pertencem, pois diversos grupos ordenados lado a lado podem se dirigir simultaneamente ao mesmo objetivo e alcançá-lo ao mesmo tempo. Isso nós já vimos no decorrer simultâneo das estações do ano e com a vida animal e vegetal ligada a isso. No decorrer do ano tudo aspira ao amadurecimento, nenhum degrau pode ser contornado ou saltado, um se desenvolve do outro.

Observemos uma vez o ser humano. Sua vida também não deveria estar inserida nesse grande e uniforme percurso, nessa grande e sábia ordem? Sem dúvida, também o ser humano deve se desenvolver da semente à flor, da flor ao fruto e apenas quando ele tiver frutificado, pode lhe vir o tempo do repouso e da introspecção, o qual, como na natureza que o rodeia, deve servir de preparação para uma nova vida. Passo a passo, da infância à juventude, então ao amadurecimento da ação que deve ser seguido na velhice pelo amadurecimento do reconhecimento. Nisso reside a ordem desejada por Deus para o ser humano. Assim o ser humano deveria trilhar seu caminho através da vida terrena, com isso seu espírito amadurece mesmo que seu corpo envelheça.

Se todas as pessoas caminhassem assim através da vida, conscientes da missão que o Criador lhes destinou, haveria apenas um harmonioso estar lado a lado e em conjunto, pois então cada um se esforçaria pelo mesmo objetivo. Não poderia sobrevir intromissões no círculo do outro, pois ele também é um peregrino no caminho à altura do amadurecimento assim como eu mesmo, nem sobrevir falsos desenvolvimentos, pois a meta se encontraria clara à frente de cada um, nem atrasos estorvantes, nem confusões entre velhos e jovens. Da juventude não se deve exigir sabedoria, mas sim um agir extrovertido, nem exigir da velhice uma precipitação, mas sim uma ponderação e análise introspectiva, um agir a partir da maturidade do reconhecimento.

Se cada um soubesse disso não haveriam tantas falsas expectativas, exigências e esperanças. Assim como não se pode arrancar uma fruta verde da árvore e então exigir-lhe que seja doce e saborosa, também não se deve exigir da juventude a maturidade dos mais velhos e do caule envelhecido ainda esperar colher novos botões. Eles pertencem a um outro estágio da vida.

Tudo isso pertence ao conceito de ordem desejado por Deus, "tudo a seu tempo", nada antes de seu tempo e nem depois. Passo a passo um deve resultar do outro, um brotar do outro, um com o outro e ao lado do outro. Apenas a meta é igual para todos e não os degraus intermediários.

Se fosse assim, então isso também agiria em toda a vida exterior do ser humano. Haveria, por exemplo, também na vida estatal, apenas um agir um com o outro e a partir do outro. Um com o outro no esforçar-se e no desenvolvimento, um a partir do outro nos diferentes degraus do desenvolvimento, os quais, também no Estado, precisam seguir um acima do outro, de forma tão organizada e evidente como em uma árvore que se encontra num solo fértil e se lança então para o alto, estendendo seus galhos protetoramente em todas as direções, outorgando sombra e frescor após o trabalho quente.

Na realidade, porém, acontece que a forma do Estado desejada por Deus ainda não foi encontrada pelo ser humano, portanto, nenhum Estado se encontra no começo, de onde podem se desenvolver de forma viva todos os demais degraus subseqüentes. Pois nenhum Estado está fundamentado nos Mandamentos de Deus, todos querem edificar-se sobre leis humanas e estas não são regidas pela ordem que rege o Universo, a qual indica a cada um seu lugar onde poderá desenvolver totalmente suas possibilidades. Construí primeiramente vossos Estados sob os Mandamentos de Deus, os quais proíbem que outros sejam roubados e prejudicados, quer seja na ação ou na palavra! Construí-os sob a lei do Amor e na obediência para com Deus, então vereis que forte apoio uma organização estatal é para cada um de seus cidadãos, corno ela auxilia cada um e leva tudo ao florescimento! Não é a ordem humana, com todas as falhas partidárias, com todas as falhas egoísticas e mentirosas, que deveria rodear a humanidade, mas sim a pureza da ordem Divina, em cujo ambiente a mentira e o egoísmo não podem prosperar.

Todavia acontece que hoje o ser humano não é mais capaz de ordenar o decorrer de um dia sequer de forma que corresponda à ordem natural. Hoje a noite é tornada dia e o dia desperdiçado em uma atividade desordenada. Quantas pessoas começam a se tornar vivazes apenas à noitinha! Elas acham que então podem trabalhar de forma a serem menos perturbadas e que estão mais capacitadas para um trabalho espiritual. O dia também muitas vezes não lhes deixa nenhum tempo para reflexão e, contudo, quão fundamentalmente errada é essa divisão de tempo! Ela mostra que o ser humano não possui mais nenhum pressentimento do decorrer do dia, de como este decorrer do dia se desenrola na Criação que nos rodeia.

Nosso dia terreno desmembra-se em duas partes de doze horas. Nas primeiras doze horas a força que flui de cima se eleva como uma onda, ela alcança seu ponto máximo com a posição mais alta do Sol, então diminui até a meia noite e alcança nesse horário seu ponto mais baixo. É como um fluxo e refluxo, como um expirar e aspirar. O fôlego de Deus vem e vai, e nós deveríamos vir e ir com ele, deveríamos nos adaptar a ele e repousarmos nele. Por isso as horas da manhã deveriam nos servir para a recepção, para a criação e formação, para a projeção de novos planos e o planejamento de novas idéias. Nessas horas da manhã se encontra nossa maior força para compreender, para haurir da fonte eterna. A tarde, porém, deveria servir no emprego e no aperfeiçoamento daquilo que fora recebido e absorvido, assim deveria ser a ordem natural desejada por Deus. Se nós nos ordenássemos nesse decurso natural, então poderíamos produzir muitas vezes mais, do que aquilo que procuramos conseguir sob o emprego de toda energia contra essa ordem.

A noite, porém, não deveria ser dedicada a divertimentos e distrações. Quão elucidativa já é a palavra "distração", que julgamento reside aí, pois nós não devemos nos distrair, ou seja, exaurir-nos, mas sim reunir nossas forças! A noite é determinada para o sono, do qual o corpo necessita e o espírito deve, no tempo em que o corpo repousa, elevar-se vibrando às alturas luminosas e haurir de lá força para um novo atuar, como a natureza faz na época de repouso do inverno, que é seu sono. Quem vive assim, ordenado de tal forma, vivenciará que pode realizar e produzir dez vezes mais, aquilo que tentava fazer aplicando toda a energia. E ainda mais, ele fará isso de forma tranqüila e feliz, não desgastando seu corpo prematuramente, pois então, no tempo certo, é fornecido a este tudo o que necessita para a vida.

Então dizeis que isso é impossível, que as circunstâncias são tais que não se pode viver assim como se quer, que precisamos nos adaptar a tais circunstâncias. Contudo, não achais que a ordem desejada por Deus um dia terá que vencer e se impor também aos seres humanos? Ou será que deve continuar assim por toda a eternidade, de modo que tudo se realize ordenadamente na Criação, havendo apenas as criaturas humanas que perturbam essa ordem de forma teimosa e autoritária? Elas causaram com isso estrago em toda a parte.

Quem não vê as inúmeras e sempre crescentes doenças do mundo animal e vegetal? Elas são uma conseqüência da ordem perturbada na manutenção na casa da natureza. Onde o ser humano intervém "melhorando", ali ele destrói um equilíbrio bem entretecido. Ele aniquila seres supostamente prejudiciais e com isso atrai outros realmente de grande prejuízo, os quais não consegue mais dominar. Ele devasta a face da Terra, despoja-lhe sua vestimenta protetora para proveito próprio e colhe em troca tempestades de areia, desertos, fome. Inúmeros exemplos deixariam apresentar-se, mostrando que o ser humano dissolveu a ordem da natureza e prejudicou a si mesmo da forma mais sensível. Também as epidemias que assolam a humanidade sempre de novo são uma conseqüência da intervenção errônea, e, nos corpos dos seres humanos enfraquecidos através de uma vida desordenada, elas encontram um solo bem propício.

Onde, porém, deve ser mudada a alavanca para que possa advir uma melhora?

Devemos bater com o machado diretamente sobre a raiz, na raiz do mal, na vida interior do ser humano! Em nenhum outro lugar impera uma mais horrível desordem do que no mundo interior do ser humano! Se uma vez sequer fossem retirados os véus, nós nos horrorizaríamos perante aquilo que viria à luz do dia na forma de farrapos de pensamentos, meios desejos, sentimentos indigestos.

Queira cada um à noite lançar um olhar retroativamente no decorrer do seu dia. Como ele se afigura? Será que ele examinou a fundo um novo pensamento ou o efetivou, será que pôs em prática um reconhecimento? Será que não permaneceu estagnado em seus propósitos? Será que ouviu e escutou atentamente a sua intuição? Em uma análise realmente séria a maioria certamente se assustará, se forem realmente imparciais perante si próprios. Quão superficialmente pensa o ser humano hoje, quão inconstantemente! Todos os diálogos demonstram isso. Pensamentos surgem e desaparecem, antes que tenham sido compreendidos corretamente.

Sentimentos se elevam e perecem antes que tenham tomado uma verdadeira forma. Bons propósitos desaparecem na atividade do dia a dia.

Aqui deve começar a ordem: pensamentos devem ser pensados até o fim, então do que foi ganho vem um saber, que abre o portal para o próximo reconhecimento. Um surge do outro, como a primavera do inverno, e trazem frutos como o verão e o outono, quando estiverem bem maduros. Não devemos permitir que meias intuições se hospedem em nós, nem aturar meios sentimentos, estejamos totalmente dedicados em tudo o que fizermos!

E então vem o próximo passo que se origina deste primeiro: não deixaremos que um real ponderar, intuir e examinar a fundo se lancem indiscriminadamente às distâncias como os sentimentos e pensamentos inconstantes e dispersos! Junto a nós não permanece nada, tudo sai de nós atraído por centrais de igual espécie, fortalece estas e então retorna para nós carregado como uma abelha, com algo bom ou ruim, conforme fora a sementeira espalhada. Também aqui rege a mais severa ordem no Universo e o ser humano não possui aqui nenhuma possibilidade para intervir e "melhorar" - ele precisa aceitar: o que plantou, terá de colher! A força pulsante de Deus que tudo perpassa não permite uma parada. "Movimento", assim bate o coração da Criação, "movimento que jamais para!" E isso é um movimento na mais severa e indesviável ordem. Assim como era no começo, assim se realiza em toda a eternidade. Ao autor retorna ordenadamente o que ele enviou e lhe traz felicidade e alegria ou infortúnio e desgraça.

Ordem é o mais forte princípio de manutenção na Criação. Sem ordem ela deveria ruir. Se o ser humano não se encaixar finalmente e totalmente na ordem determinada por Deus, se ele não adaptar sua vida interior bem como a exterior a essa ordem, então ele se exclui por si mesmo da verdadeira vida.

A desordem no mundo dos pensamentos e dos sentimentos do ser humano tomou enormes proporções e nós todos conhecemos seu resultado. Como, porém, podemos modificar essa situação?

Isso já fora dito: ao ordenar nossa vida interior, então a ordem interior se transmitirá para a vida exterior e, por fim, adaptar-se-á à ordem no Universo, a qual coloca tudo e cada coisa no lugar a que pertence, onde não há nenhuma lacuna e nenhuma paralisação, onde cada um cumpre sua tarefa para o bem do todo.

Ordem no pensar, ordem no intuir, ordem em toda a vida. Então teremos realizado o começo para uma vida do agrado de Deus e não seremos mais pessoas voluntariamente afastadas, que, solitárias, trilham caminhos errôneos. Não, a maravilhosa ordem nos ergue e traz ordem que rege por toda a parte nos reinos luminosos de Deus.

Se colocarmos a ordem sobre o trono que lhe cabe, então se juntarão a ela ainda mais duas irmãs que nos ajudam a cumprir o mandamento de sua irmã mais velha. Elas são a pontualidade e a autenticidade!

E, estando toda nossa vida perpassada por uma clara e simples ordem, então nossos olhos se abrirão cada vez mais para a maravilhosa ordem na Criação, que organiza tudo minuciosamente, que não admite uma parada e que apenas conhece desenvolvimento ao encontro de alvos mais elevados!

Admirados nos curvaremos perante a Sabedoria de Deus, que rege o Universo!

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