'/> ·ï¡÷¡ï· V I D A Humana·ï¡÷¡ï·: A "arte" de imitar...

fevereiro 08, 2010

A "arte" de imitar...

Acredito sermos seres espirituais que, embora perfeitos em nossos dotes, os temos como potencial a ser desenvolvido. Se tais dotes serão ou não desenvolvidos vai depender do impulso dado pela vontade de cada um. Sendo assim, tomando por base o impulso dado pela vontade, digo acreditar que o caminho para nosso amadurecimento pode até não ser tão fácil assim, muito embora me pareça ter estrutura simples.

Também acredito que por nossa natural liberdade de escolha, seria igualmente natural se tais escolhas fossem o resultado de uma reflexão consciente sobre causas, efeitos, interações. Também me parece sensato dizer que a reflexão consciente nos permite compreender dado tema, o que possibilitaria, por sua vez, a convicção. Então, convicção, pra mim, significa compreensão. É possível dizer que nossa compreensão é parcial e que a medida em que novas experiências ocorrem nossa convicção também é alterada ou ao menos, desenvolvida. É possível e tem certo sentido, mas aqui, quero apenas tornar o ato de compreender algo, ingrediente indispensável à nossa convicção, sendo que tudo aquilo que motiva a busca pela compreensão faz parte do caminho do amadurecimento.

Em ambos os casos podemos ter uma modelagem pessoal, mas aqui, neste tópico específico, o “podemos” se encaixa com mais propriedade no segundo caso. Ocorre que algumas vezes não há compreensão real das “relações com outras pessoas”, existe um seguir junto, e nem sempre ele tem alguma ligação com compreensão, e se não há compreensão, não acredito ser possível convicção.

Seguir junto é ação comum a qualquer animal e bem sabemos que os animais, de qualquer forma, apresentam um potencial diferente daquele que nos distingui como espécie. Não me refiro aqui a constituição de grupos sociais apenas, algo comum em diferentes espécies animais, tampouco me refiro a utilização de meios naturais como acessório tecnológico, como ocorre com algumas espécies de macacos que recorrem de maneira engenhosa a pedras e galhos para conseguir alimento. Por mais que sejam admiráveis tais ações em seres que, na maior parte, tem estrutura cerebral tão diferente da nossa, não temos razão para acreditar que uma colônia de formigas irá construir raios laser, ou que um cardume de peixes irá construir um submarino, muito embora sejamos obrigados a reconhecer que muitíssimas espécies são muito mais velhas que a nossa própria...

Um animal aprende por imitação, os seres humanos têm na imitação um primeiro recurso de desenvolvimento. O natural processo de desenvolvimento humano, nos conduz até aquele ponto em que sejamos capazes de formar um juízo, equivalente a vontade com que foi exercida nossa capacidade de avaliação daquilo que observamos. A formação de um juízo denota compreensão das interações, a imitação, não denota nada relacionado a compreensão. Aqui vale dizer que não podemos simplesmente igualar um ser humano a qualquer animal refutando que, mesmo a imitação é capaz de fazer com que um animal “compreenda” que se não comer, vai morrer... a menos que quem refute assim iguale a sua própria capacidade de avaliação – julgamento – juízo a de um rato, um pernilongo ou uma barata... a imitação pura e simples não tem ligação com compreender o processo, e é a compreensão do processo a base do desenvolvimento.

Se tudo o que um ser humano tem a fazer é imitar o que outros fazem, então, nada legítimo ele possui, fica no mesmo degrau dos animais, destrói o que o caracteriza, seus dotes atrofiam por desuso.

Em outra oportunidade (O “Si mesmo”) conversamos sobre tal processo e, entre outras coisas, pudemos observar dois modos gerais através dos quais tal processo (amadurecimento) ocorre. No primeiro temos motivações interiores, no segundo, exteriores. No primeiro existe um evoluir somente de acordo com aquilo que o próprio anseio motiva a buscar. No segundo há também chance de evolução, porém, ela é graduada aos estímulos recebidos das relações com outras pessoas. Com “relações com outras pessoas” não me refiro apenas a um contato direto e pessoal, algo físico, pode ser através de um livro, filme, música, revista, rádio, qualquer meio indireto que dê a oportunidade de saber o que outra pessoa pensa, assim como ocorre em qualquer conversa em sites do tipo Orkut.


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Este texto motivou conversa no site Orkut. Segue link abaixo.

Perspectivas contemporâneas - A arte de  imitar.

2 comentários:

Homens x Conceitos disse...

"Ocorre que algumas vezes não há compreensão real das “relações com outras pessoas”, existe um seguir junto, e nem sempre ele tem alguma ligação com compreensão, e se não há compreensão, não acredito ser possível convicção"

Realmente, unir a alguém nem sempre é concordar, compreender e muito menos convicção... O Mundo humano é muito complexo para entender a essência da compreensão e empregá-la na balança suas ações, não falo troca de sentimentos, mas sim, correr, fazer e não esperar que o outro faça algo por ter imposto o que todos dever fazer em uma relação...

Não sei se entendeu o que quis passar, é que estou em uma fase que meus pensamentos se embaraçam em meus pensamentos...

É triste mais supero....

Ótima leitura a que estou tendo agora.. Gostei muito do seu blog...

Maria José Speglich disse...

Você sumiu de meu blog.

Como vai?


Um abraço!