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maio 07, 2014

Plinio Corrêa de Oliveira: o caos, estratégia anticristã.

caos

Por Gonzalo Guimaraens

O caos, enquanto nova e perigosa estratégia dos movimentos revolucionários sobreviventes do comunismo e de outros movimentos religiosos de caráter anticristão, foi um dos pontos de maior preocupação e análise nos últimos anos da fecunda vida do eminente pensador católico brasileiro e homem de ação, Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, cujo 6º. aniversário de falecimento transcorrerá no próximo 3 de outubro. O caos é uma tema que cada vez mais se apresenta como uma chave para a compreensão do sentido profundo de fatos espantosos - como os recentes atentados terroristas ocorridos nos Estados Unidos, que estão marcando com a tragédia este início do terceiro milênio - e de outros que ainda poderão sobrevir.

Plinio Corrêa de Oliveira se distinguiu por impressionantes previsões sobre a realidade social, política e religiosa do Brasil e do mundo, muitas das quais foram se cumprindo ao largo das décadas, demostrando um inegável espírito profético. Desde 1928 - quando então atuava como jovem líder católico - empregou sua palavra e seus escritos lutando para a defesa da Igreja e da civilização cristã. A partir da década de 30, denunciou o esquerdismo que começava a infiltrar-se na Igreja e nos meios católicos, e os cantos de sereia do nazi-fascismo. E foi desmascarando nos anos seguintes as manobras políticas do comunismo, que pretendia transformar o Brasil em uma gigantesca Cuba vermelha, levando atrás de si a América Latina inteira. Centenas de livros e artigos de brasilianistas e historiadores das mais variadas tendências, em diversos países, reconhecem o decisivo papel do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, e das entidades por ele inspiradas - as Sociedades de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFPs) - para evitar que a América Latina caísse no abismo esquerdista.

O tema do caos, enquanto instrumento revolucionário, esteve sempre presente em seus escritos. Em sua obra-mestra "Revolução e Contra-Revolução" (1959), Plinio Corrêa de Oliveira afirma que "encarados superficialmente, os acontecimentos de nossos dias parecem um emaranhado caótico e inextricável, e de fato o são debaixo de muitos pontos de vista". Sem embargo, acrescenta, "é possível discernir resultantes, profundamente coerentes e vigorosas, da conjunção de tantas forças desvariadas". Com efeito, "ao impulso dessas forças em delírio, as nações ocidentais vão sendo gradualmente impelidas para um estado de coisas que se vai delineando igual em todas elas, e diametralmente oposto à civilização cristã". De donde conclui que a crise contemporânea "é como uma rainha a quem todas as forças do caos servem como instrumentos eficientes e dóceis".

A partir da segunda metade da década de 1980, em suas análises da situação sociopolítica e religiosa internacional, Plinio Corrêa de Oliveira põe maior ênfase em sua advertência de que os acontecimentos vão entrando de maneira cada vez mais acelerada em um caos com aparências de espontaneidade, porém com uma implacável coerência interna: a meta definida de destruir os restos da civilização cristã. Um caos que ao mesmo tempo dificulta as previsões e os chamados de alerta, parece tornar vã a lógica, debilita os sadios princípios e anestesia as reações da opinião pública.

Segundo assinalou Plinio Corrêa de Oliveira em numerosas conferências, e em textos como "Quatro dedos sujos e feios" (1983), intelectuais de esquerda e até "teólogos da libertação" passaram a ver o caos como um novo e eficaz instrumento de revolução social, depois da crise do comunismo. As chamadas teorias do caos, com suas aplicações ao campo social, foram postas em voga. Não é por acaso que o caos está sendo incentivado por diversos movimentos anticristãos, com verniz político e religioso, que atuam de maneira inegavelmente articulada neste mundo globalizado.

Em seu artigo "Os dedos do caos e os dedos de Deus" (1992), o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira adverte que as perspectivas abertas pelo caos poderão deixar abatido a mais de um leitor. Um caos, em cujas entranhas mais profundas ele não deixa de discernir as fulgurações enganosas do próprio demônio, segundo escreve no artigo "A imobilidade móvel do caos" (1993).

Por isso, o eminente autor considerou oportuno fazer a esse respeito uma consideração, que revela o notável espírito de Fé que marcou sua vida: "Para onde, então, orientar as esperanças do leitor? Para o próprio Deus, que jamais abandonará sua Igreja santa e imortal. E que por meio d'Ela fará, nos dias distantes ou próximos cujo advento sua Misericórdia e sua Justiça já determinaram, porém permanecem misteriosos para nós, o esplêndido renascimento da civilização cristã, o Reino de Cristo no Reino de Maria".

Referências:

Plinio Corrêa de Oliveira,

* "Revolução e Contra-Revolução", revista Catolicismo (suplemento), Brasil, março-1959.

* "Quatro dedos sujos e feios", Folha de S. Paulo, São Paulo, 16-nov.-1983.

* "Os dedos do caos e os dedos de Deus", revista Catolicismo, Brasil, julho-1992.

* "A imobilidade móvel do caos", A Cidade, Campos, Rio de Janeiro, 8-maio-1993.

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