'/> ·ï¡÷¡ï· V I D A Humana·ï¡÷¡ï·: Ainda “as elites”- Parte 2.

março 14, 2015

Ainda “as elites”- Parte 2.

Novo(a) Apresentação do Microsoft Office PowerPoint

Duas entrevistas infelizes nos últimos dias tentam engrossar o caldo da bobagem de que existe uma "elite" contra o governo, fazendo de conta que não existe uma manifestação também popular em andamento.

A primeira vem de Luiz Carlos Bresser Pereira (1) que fala sobre a existência de um "espírito golpista dos ricos" que teriam ódio, segundo ele, da defesa que o governo faz dos pobres. Pra ele "o ódio decorre do fato de que o governo revelou uma preferência forte pelos trabalhadores e pelos pobres. Não deu à classe rica, aos rentistas". Será mesmo que o governo foi tão "ruim" para os rentistas? Um artigo que lança uma reflexão sobre o quanto essa turma tem ganho com o governo está ao final. (3) A analise econômica de Bresser também é curiosa. Percebam que o único elogio feito é à Lula, que foi "triunfal" em sua política. Mas o ponto central mesmo é essa menção ao "ódio de classes" que é defendido também por Luis Fernando Veríssimo. (2)

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Nem é assim tão difícil perceber que esse mantra é apenas engodo. Um malicioso jogo de palavras que, embora tenham significado individualmente, ficam sem expressar nada quando contextualizadas dessa maneira. E provavelmente justo por nada significarem sejam tão cultuadas. Aquilo que não se compreende ganha força de adesão pelo tom de mistério que a cerca.

É por a questão ficar centrada apenas nas emoções de defesa dos supostos "oprimidos contra os opressores", que não se lança a pergunta óbvia. Afinal, quem é essa tal de "elite"? Quem a compõe? Para reavivar a memória é preciso repetir a única indicação que Lula deu sobre quem seja essa "elite". Nas palavras dele, a "elite é composta por pessoas brancas, loiras e de olhos azuis"! (4) (5)

Não deveria ser preciso ir muito mais longe para provar que o raciocínio de quem repete isso é meio torto, bastaria apenas pensar em qual seria a reação de quem argumenta assim se alguém dissesse que a violência no Brasil está associada a pessoas de cor negra e olhos castanhos. Qual é a diferença real entre as duas bobagens? Nenhuma! E qual é o ponto comum entre as duas bobagens? Preconceito racial travestido de respeito unilateral! E qual é a razão de partidários do PT não admitirem isso? Eis um verdadeiro mistério!

É certo que a palavra "elite" não tem nada a ver com condição social, mas apenas com a oposição ao governo. Mas vamos continuar a procura da "elite". Uma nova pista surge de uma fonte improvável, um artigo sobre um outro tema, (cotas raciais) publicado no site Pragmatismo Político. A autora ficou tão empolgada em defender as cotas raciais que nem notou as profundas implicações do que escreveu. (6) Vou colocar o parágrafo abaixo e em negrito destaco a dica:

"O mesmo ocorre comigo e meu irmão, como poderíamos fazer parte da elite hoje se nosso histórico familiar se encontra todo em outro lugar? É claro que, é algo razoável que uma geração viva melhor que a anterior, pelo menos é bem comum que isso aconteça, mas, ao olharmos o tabuleiro de cima, as melhorias não nos trazem um afastamento significativo de nossas raízes."

Notou a fórmula que ela nos dá? Ela escreve que se você conseguir subir na vida por esforço seu, isso pouco importa e não vale para classificar você como uma "elite", pois suas raízes estão em outro lugar (você não nasceu em berço esplêndido, muito embora possa por esforço próprio ter conseguido "subir" um pouquinho), a menos que aja um afastamento significativo de suas raízes... Quer dizer que, se você por acaso teve uma origem pobre e muito humilde, se trabalhava, por exemplo, como metalúrgico e por essas idas e vindas da vida conseguiu adquirir mais e mais sucesso financeiro a ponto de se afastar significativamente de suas raízes simplórias, então, você já pode festejar a entrada no restrito mundo das "elites". Parabéns!

A pergunta do milhão é: Será que Lula se afastou o suficiente das raízes dele para ser chamado de "elite"? (7)

Outra coisa é essa acusação constante de "golpismo". Quer dizer então que agora é golpismo, mas quando o PT entrou com 17 pedidos de impeachment contra FHC, era o quê? (8) Uma coisa é se considerar que não existem provas nem motivos para um impeachment, outra é negar que o recurso exista dentro da lei.

Allan Roberto Régis.

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