Talvez você não esteja sabendo, mas o dia 15 de novembro de 2015 (hoje) foi marcado por uma grande manifestação em Brasília. E nossa mídia o que fez? Ficou em silêncio, preferindo falar a maior parte do tempo sobre a França que foi atacada pelo EI.
Pois é. O Estado Islâmico, aquele grupo a favor do qual Dilma levantou bandeira ano passado em pronunciamento na ONU, afirmando que o EI era um subproduto da atuação dos EUA no Iraque. Ela, como notória "estocadora de vento na cabeça" também não perdeu a oportunidade de criticar Obama por ele ter dito que o EI deveria ser destruído. (1)
No entanto, curiosamente ela nada falou e nem fala sobre os bombardeios da Rússia contra o mesmo EI (2) (3) (grupo que tem entrada proibida na Rússia) (4), e também se mantém em silêncio sobre a parceria EUA - Rússia contra o EI.
Mas esse tipo de confusão é normal com quem defende um valor sem acreditar nele, para quem não existe algo que possa ser chamado de verdade. Para pessoas assim só o que existe é o que serve no momento, por isso o discurso com o tempo pode até se tornar contraditório sem que a própria pessoa sequer perceba a contradição.
Então, ficamos assim.
Em um ano o governo critica ações contra o EI e no outro ano apoia, praticamente copiando o discurso de Obama. (5)
Em um momento o governo se mostra contrário a ações de violência, ao mesmo tempo em que fica em silêncio sobre as constantes ameaças de morte feitas por seus membros a população civil. (6)
Em um momento o governo quer proibir manifestações legítimas de insatisfação por parte de caminhoneiros contra o governo, ao mesmo tempo em que não se incomoda com os bloqueios feitos seja pelo MST ou por grupos indígenas. (7)
As ações podem até parecer desconexas e sem sentido, mas é óbvio que existe método nessa loucura. E para poder compreendê-la é preciso ir um pouco além da cota de ração diária de informação que a grande mídia nos dá, pois de acordo com a grande mídia, hoje, não aconteceu nada em Brasília!
Allan Roberto Régis.
Adicionado em 19 de novembro de 2015.
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; [...] IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; [...] XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente ; [...] XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar”; (BRASIL, 1988)
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